Compositor: Luis Alberto Spinetta
O vinho aquece sonhos ao suspirar
Desde sua boca de esverdeada doçura
E entre os livros da boa memória
Se encontra ouvindo como um cego frente ao mar
Minha voz lhe chegará
Minha boca também
Talvez te confiarei
Que era o vestígio do futuro
Vermelhas e verdes luzes do amor
Ilusionam abaixo de uma auréola avermelhada
Que sombra estranha te escondeu do meu sinal
Que nunca ouviu a folhagem crepitar?
Pois eu te escreverei
Te farei chorar
Minha boca beijará
Toda a ternura do seu aquário
Mas se a Lua corasse de sede
Ou as impalas galopassem pela sua estante
Não voltaria a triunfar na sua alma?
Eu sei que você faria longas viagens para chegar
Parado estou aqui
Esperando-te
Tudo se escureceu
Já não sei se o mar descansará
Terá crescido um talo na nogueira
A luz terá manchado as pessoas sem fé
Esta garrafa foi esvaziada tão bem
Que nem os sonhos se abrigam do rumor
Licor não volte agora
Pare de rir
Não é necessário mais
Já se veem os tigres na chuva